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Mulheres na tecnologia: o que mudou nos últimos cinco anos e quais são as perspectivas para o futuro

Publicado: maio, 2022

Não existe outra forma de adentrarmos nesse assunto, se não começarmos pelo começo. Afinal, por que a participação da mulher na tecnologia ainda é menor?

Para responder a essa questão, vamos às estatísticas que foram apresentadas no relatório Women in Technology, da Michael Page:

  • 38% das mulheres não se inscreve em vagas de trabalho na área, principalmente por não se sentir bem-vinda no meio;
  • 37% por não terem oportunidade de demonstrar sua expertise nessa área de atuação, já que o espaço feminino ainda não foi, de fato, conquistado e priorizado nas contratações;
  • E 17% por não terem a experiência necessária para ocupar cargos importantes nas empresas de tecnologia.

Esses números apenas mostram que a cultura ainda tem tendências generalistas, pois, infelizmente, as mulheres ainda são vistas como incapazes e pouco confiáveis para seguir carreira nessa área, quando comparadas com homens.

Apenas 16% dos cargos de alta tecnologia na América Latina são ocupados por mulheres… e isso é uma pena!

As profissões relacionadas à TI são vistas em sua maioria como masculinas e existe uma série de direcionamentos que percorrem os sistemas educacionais e familiares que influenciam nas escolhas profissionais femininas.

Apesar das mulheres serem maioria no ensino superior, no Brasil, elas estão presentes em cursos menos valorizados financeiramente e que, de certa maneira, demandam características pessoais socialmente consideradas “mais femininas”.

Mulheres na tecnologia: perspectivas para o futuro

Nos últimos cinco anos, a participação das mulheres na cresceu 60% de acordo com os dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Apenas no ano passado, o Banco Nacional de Empregos identificou quase 13 mil candidaturas de mulheres para vagas de tecnologia, contra pouco mais de 10 mil no ano anterior (2020).

E, apesar de metade das brasileiras ainda reconhecer que enfrenta mais desafios para crescer e se tornar tão bem-sucedida quanto os homens, na nova economia, a diversidade no trabalho (e nisso, não falamos apenas de diversidade de raças, crenças, background e nacionalidades) tem ganhado bastante espaço no meio corporativo.

Pessoas diferentes trazem perspectivas diferentes que podem levar a soluções inovadoras.

Três em cada quatro mulheres brasileiras que trabalham no setor de tecnologia afirmam que ser mulher impacta positivamente sua capacidade de seguir uma carreira no setor.

O cenário favorável ocorre principalmente graças ao reconhecimento de poucas mulheres que hoje se destacam nas áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

Na prática, o que pode ser feito para aumentar a participação feminina no mercado de tecnologia?

Sem sombra de dúvidas, alterar a disparidade entre homens e mulheres no mercado de tecnologia deve ser a principal manobra! É preciso ampliar as oportunidades de formação e construção de carreira no setor.

E quando se fala em formação, temos que voltar lá na base.

O novo ensino médio, por exemplo, que agora conta com os chamados itinerários formativos, é uma ótima oportunidade para que adolescentes sejam apresentadas ao setor e encorajadas a seguir essa carreira.

Em seguida, no ensino superior, uma ótima alternativa seria criar vagas de inclusão de mulheres em cursos majoritariamente compostos por estudantes do sexo masculino, a fim de que mais mulheres possam ingressar nesses cursos, e isso facilite a persistência em seguir na área de formação sem se sentirem “um peixe fora d’água”.

Isso, inclusive, pode possibilitar que o empoderamento gere mais líderes mulheres em um futuro não tão distante.

Nessa nova economia pós-pandêmica, outro ponto importante para incentivar a participação das mulheres na tecnologia é que, mesmo com a crise econômica causada pela pandemia, a área de TI seguiu em alta.

A demanda por profissionais qualificados para cargos como cientista de dados, engenheiros de software, desenvolvedores, especialistas em segurança da informação e diretores de tecnologia cresceu muito.

Por esse motivo, a formação de jovens, desde a base, faz-se muito necessária.

Somando o novo modelo de ensino médio, com o maior engajamento nas universidades e o crescimento exponencial da área de tecnologia, mesmo em um momento de crise, novas oportunidades estarão se criando!

Novas profissões tendem a surgir, as empresas vão querer apostar em profissionais diferenciados e não faltarão motivos e oportunidades reais para vermos, cada vez mais, mulheres na tecnologia.

No fim das contas, a mensagem que podemos deixar aqui é de que é preciso dar às meninas, modelos que as representem!

É preciso incentivar o aprendizado e a familiarização com skills que serão úteis no futuro, além de encorajar o aprendizado e mostrar que carreiras em tecnologia poderão ajudar a transformar o mundo em um lugar melhor.

Até 2030 (e olha, que ele está logo aí!), as mulheres poderão e serão essenciais para equilibrar a chamada 4ª Revolução Industrial, para benefício da sociedade global.

E aí?! Curtiu a pauta desta semana?

A discussão sobre a presença feminina no universo da tecnologia precisa ser constante. Não apenas no Dia da Mulher – em todo dia 8 de março -, mas durante todo o ano!

Devemos, a cada dia mais, pensar na igualdade de gênero e fomentar a presença das mulheres nesse setor e em posições de liderança.